por Sebastião Soares, conselheiro do Clube de Engenharia

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Minha relação com o Professor Pinguelli  pautou-se, sempre, pela confiança recíproca nos estudos e nas lutas em defesa dos interesses e da soberania nacionais. Em duas ocasiões essa relação resultou em trabalhos relevantes e conclusivos.

A primeira desenvolveu-se contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, resultando no relatório “Um País  em Leilão: a privatização da Vale do Rio Doce” realizado para a Comissão Externa,  criada na Câmara Federal  pelo Deputado Miro Teixeira. Esse trabalho foi realizado pelo Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) da COPPE, em consultas ao “Data Room”, aberto pelo BNDES.

A outra oportunidade ocorreu no apoio dado, em 2002, à candidatura do Lula. Então realizamos no Instituto da Cidadania,  em São Paulo, inúmeros encontros e reuniões para elaborar o Programa de Governo do Setor Elétrico. Como citado em seu livro MEMÓRIAS,  dos onze participantes efetivos  do grupo de trabalho, nove foram ocupar cargos no governo federal e um no governo do Estado do Paraná.

Nos últimos anos o Professor Pinguelli e eu morávamos no mesmo edifício, no Leblon. Praticamente nos encontrávamos todos os dias, e trocávamos ideias sobre a desconstrução do Brasil. Hoje restam apenas a saudade do amigo e a esperança, que ele sempre teve, de que conseguiremos reconstrui-lo.