O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
Depois de deixar a Eletrobras, Pinguelli Rosa retornou à Coppe/UFRJ e à pesquisa sobre energia e mudança climática. Logo, entretanto, foi convidado pelo presidente Lula para uma nova missão: a secretaria executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC).
“Conheço bem o Pinguelli e sei que ele briga pelo que acredita. O Fórum é uma função nobre, sem remuneração, e ele não tem chefe com quem brigar” disse Lula, na primeira reunião do FBMC sob sua presidência, em dezembro de 2004, realizada uma semana antes da 10ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 10).
Na mesma reunião, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, delineou as responsabilidades de Pinguelli: “No âmbito internacional, a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em fevereiro de 2005, possibilitará novas discussões sobre as responsabilidades dos países no que se refere à mudança global do clima. Precisamos nos preparar, desde já, para esse debate, que promete ser longo e complexo. É sabido que países com grande potencial de desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e a China, já são hoje pressionados a assumirem compromissos de redução de emissões; essa pressão deve aumentar ainda mais no futuro (…). O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas deverá ter um papel fundamental no sentido de articular a sociedade brasileira para a produção de subsídios às posições governamentais nas negociações internacionais que se seguirão”.
Criado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, o Fórum foi concebido como uma instância de articulação da sociedade para discussão de políticas relacionadas às mudanças do clima. Além do presidente e do secretário executivo, reunia ministros de estado, representantes de agências governamentais, empresas, especialistas e organizações ambientais.
– Durante o governo Fernando Henrique, o Fórum era muito restrito aos acadêmicos. Pinguelli, com aquele jeito dele de desorganizar organizadamente as coisas, me disse logo: ‘Membro do Fórum é qualquer um que queira participar’” – conta Neilton Fidelis da Silva.
Na época, Neilton fazia o doutorado na Coppe. Pinguelli o convidou a trabalhar com ele no Fórum e conseguiu que o professor fosse cedido pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte à Casa Civil. O FBMC era tocado pelos dois, com a participação dos pesquisadores do Instituto Virtual de Mudanças Globais (IVIG), criado na Coppe em 1999.
O Plano Nacional
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas teria papel importante na definição da política ambiental do governo Lula. Em setembro de 2007, quando Lula fez o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, fez um anúncio que surpreendeu a imprensa. Reportagens haviam adiantado que boa parte do discurso seria sobre o tema do meio ambiente. Mas, para espanto da Assembleia e de muitos integrantes do Fórum, o presidente anunciou que o Brasil lançaria o seu Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas em 2008.
“Pinguelli estava fora do Brasil. E aí o telefone começa a tocar… Jornalistas me ligaram dizendo: ‘Ligue para o Pinguelli que o Lula anunciou um plano nacional de mitigação’. Aí o Pinguelli me telefona: ‘Meu, que história é essa? No hotel aqui estão me procurando’”, lembra Neilson.
O anúncio de Lula não foi, naturalmente, um simples impulso. Em março, a ministra Marina Silva já havia proposto a ideia ao presidente. Uma reunião extraordinária do Fórum para discutir o plano foi convocada em abril. Mas até então, o projeto pouco havia avançado. A divulgação pública tornou a elaboração do Plano prioridade. Dois meses depois do discurso na ONU, durante uma reunião do Fórum em novembro, Lula assinou um decreto que instituiu o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), responsável por orientar a elaboração e implementação da Política Nacional e do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
Coube ao Fórum reunir os subsídios para rascunhar a primeira proposta. “Lembro que a única grande divergência foi em relação ao uso de energia nuclear: se seria, ou não, um instrumento de mitigação das emissões. Uma parte dos físicos dizia que sim, os ambientalistas diziam que não”. “Bem, aí o grupo executivo resolve”, disse Pinguelli. O documento apresentou as duas alternativas.
Em junho de 2008, o Forum entregou ao governo uma minuta, que reunia mais de 100 propostas de ações de mitigação (como fomentar fontes mais limpas de energia); adaptação (priorizar a recuperação da Mata Atlântica, por exemplo) e pesquisa (racionalizar a produção da indústria); e de criação de instrumentos (como fundos de participação em empresas especializadas em projetos de redução de emissões).
“Tenho clareza de que nosso documento, digamos, é intelectual. Ele tem uma certa coerência, os pontos são muitos concretos. Mas a minha pergunta agora é: quais desses [itens] serão considerados?”, perguntava Pinguelli, em reportagem da Folha de S. Paulo, em julho.
Em setembro de 2008, segundo outra matéria, o documento, que já era chamado de Plano, ainda estava longe de estar pronto. “O texto, ao qual a Folha teve acesso, tem 149 páginas e não põe metas numéricas de corte de gases-estufa nos vários setores da economia, nem identifica os potenciais totais de redução em cada setor – como faz o plano do México, por exemplo. Em sua maior parte, apenas lista os programas já existentes e que podem levar a cortes”, resumiu reportagem da Folha de S. Paulo. Na matéria, Pinguelli sugeria que fosse refeito: “Não existe ainda um plano. Há matéria-prima boa para um plano, mas como dar a redação final é o problema”. Em dezembro, o Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) foi aprovado.
Compromissos voluntários
Em 2009, o mundo se preparava para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009, a COP-15, que seria realizada em dezembro, em Copenhague. Pinguelli defendia uma posição proativa do Brasil na cúpula, onde seriam debatidas metas para os países signatários do Protocolo de Quioto. Pelo protocolo, o Brasil não estava obrigado a se comprometer com a redução de gases. Mas Pinguelli defendia que Lula apresentasse metas voluntárias de redução de gases do efeito estufa na conferência.
“Foi um susto para o mundo. O Brasil estava apanhando muito internacionalmente. Pinguelli se sentou com Lula e propôs: ‘Está na hora de levarmos compromissos voluntários’. Lula escutou e escutou e quando desceu para a reunião [do Fórum] já veio decidido”. A decisão contrariava a posição do Ministério das Relações Exteriores, como Pinguelli explicou em artigo para O Globo: “Considero um equívoco contrapor a posição do Itamaraty de defesa dos interesses do desenvolvimento nacional às posições ambientalistas preocupadas com as mudanças do clima. Há perfeita margem de compatibilidade entre estas visões sem negar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. (…) As classes de maior renda de todos os países devem participar do esforço mundial para evitar emissões excessivas. Isso não significa negar à grande maioria da população, ainda pobre, o direito de aumentar seu padrão de vida, pois seu consumo de energia per capita é muito baixo.”
Em Copenhagen, o presidente anunciou que o Brasil se comprometeria a reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% e as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%. Foi aplaudido de pé pela Assembleia. As metas foram incluídas na Lei nº 12.187 que sancionou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), sancionada em 29 de dezembro de 2009.
O trabalho do Fórum em relação ao Plano continuou com a elaboração dos planos setoriais, realizados em parceria com ministérios, órgãos governamentais e entidades setoriais. A partir de julho de 2012, o FBMC e o Grupo Executivo do Comitê Interministerial sobre Mudança Climática (CIM) promoveram eventos de consulta pública para os Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação em Mudança do Clima da Indústria, Mineração, Saúde e Transportes.
O Fórum organizou reuniões com representantes dos setores de Energia, Agricultura, Mineração, Transporte e outros. Governos estaduais criaram fóruns estaduais, que realizaram encontros locais. Para ampliar e qualificar o debate, o Fórum organizou um programa nacional de capacitação em mudança climática, realizado com apoio da Petrobras. “Na medida do possível, fizemos reuniões no país inteiro. Não tinha forma mais democrática. Foram anos de muito trabalho”, avalia Neilton.
Outras frentes
Pinguelli também se engajou no debate sobre mudanças no Código Florestal, em 2011. Para evitar que mudanças que afrouxavam o controle do desmatamento fossem aprovadas, Pinguelli participou de um acirrado debate com o deputado Aldo Rebelo, autor das mudanças, e promoveu reuniões no Senado para evitar a aprovação do substitutivo.
Em junho de 2013, o Fórum promoveu o evento “Diálogos setoriais: contribuições das organizações do setor produtivo à atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)”, para receber as contribuições do setor financeiro e das organizações representadas no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), para possível incorporação a uma atualização do PNMC, que deverá ser concluído no segundo semestre de 2013.
Em abril de 2014, teve início o projeto IES-Brasil (Implicações Econômicas e Sociais), que teve o objetivo de formular cenários sobre emissão de gases de efeito estufa no Brasil para os períodos 2020-2030 e 2030-2050, além de identificar políticas de mitigação dessas emissões. Os resultados foram apresentados à ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, em setembro, em Brasília. Segundo o estudo, coordenado por Pinguelli e pelo professor Emilio La Rovere, da Coppe/UFRJ, a adoção de medidas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) poderia contribuir para a economia do país e gerar até R$ 609 bilhões* a mais de PIB do que o projetado para o período de 2015 até 2030.
A gestão de Pinguelli à frente do Fórum terminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Em 12 de maio, dia em que o Senado decidiu pela abertura do processo e afastou Dilma Rousseff do cargo, Pinguelli enviou uma carta a Michel Temer, que assumira a presidência, comunicando que não continuaria no FBMC. “Reputo de injusto o afastamento da Presidente da República pelo Congresso Nacional com a conivência do Supremo Tribunal Federal, pois não se provou qualquer crime de responsabilidade como estabelece a Constituição”.
As classes de maior renda de todos os países devem participar do esforço mundial para evitar emissões excessivas. Isso não significa negar à grande maioria da população, ainda pobre, o direito de aumentar seu padrão de vida, pois seu consumo de energia per capita é muito baixo. “
Pinguelli
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
Depois de deixar a Eletrobras, Pinguelli Rosa retornou à Coppe/UFRJ e à pesquisa sobre energia e mudança climática. Logo, entretanto, foi convidado pelo presidente Lula para uma nova missão: a secretaria executiva do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC).
“Conheço bem o Pinguelli e sei que ele briga pelo que acredita. O Fórum é uma função nobre, sem remuneração, e ele não tem chefe com quem brigar” disse Lula, na primeira reunião do FBMC sob sua presidência, em dezembro de 2004, realizada uma semana antes da 10ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 10).
Na mesma reunião, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, delineou as responsabilidades de Pinguelli: “No âmbito internacional, a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em fevereiro de 2005, possibilitará novas discussões sobre as responsabilidades dos países no que se refere à mudança global do clima. Precisamos nos preparar, desde já, para esse debate, que promete ser longo e complexo. É sabido que países com grande potencial de desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e a China, já são hoje pressionados a assumirem compromissos de redução de emissões; essa pressão deve aumentar ainda mais no futuro (…). O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas deverá ter um papel fundamental no sentido de articular a sociedade brasileira para a produção de subsídios às posições governamentais nas negociações internacionais que se seguirão”.
Criado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, o Fórum foi concebido como uma instância de articulação da sociedade para discussão de políticas relacionadas às mudanças do clima. Além do presidente e do secretário executivo, reunia ministros de estado, representantes de agências governamentais, empresas, especialistas e organizações ambientais.
– Durante o governo Fernando Henrique, o Fórum era muito restrito aos acadêmicos. Pinguelli, com aquele jeito dele de desorganizar organizadamente as coisas, me disse logo: ‘Membro do Fórum é qualquer um que queira participar’” – conta Neilton Fidelis da Silva.
Na época, Neilton fazia o doutorado na Coppe. Pinguelli o convidou a trabalhar com ele no Fórum e conseguiu que o professor fosse cedido pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte à Casa Civil. O FBMC era tocado pelos dois, com a participação dos pesquisadores do Instituto Virtual de Mudanças Globais (IVIG), criado na Coppe em 1999.
O Plano Nacional
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas teria papel importante na definição da política ambiental do governo Lula. Em setembro de 2007, quando Lula fez o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, fez um anúncio que surpreendeu a imprensa. Reportagens haviam adiantado que boa parte do discurso seria sobre o tema do meio ambiente. Mas, para espanto da Assembleia e de muitos integrantes do Fórum, o presidente anunciou que o Brasil lançaria o seu Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas em 2008.
“Pinguelli estava fora do Brasil. E aí o telefone começa a tocar… Jornalistas me ligaram dizendo: ‘Ligue para o Pinguelli que o Lula anunciou um plano nacional de mitigação’. Aí o Pinguelli me telefona: ‘Meu, que história é essa? No hotel aqui estão me procurando’”, lembra Neilson.
O anúncio de Lula não foi, naturalmente, um simples impulso. Em março, a ministra Marina Silva já havia proposto a ideia ao presidente. Uma reunião extraordinária do Fórum para discutir o plano foi convocada em abril. Mas até então, o projeto pouco havia avançado. A divulgação pública tornou a elaboração do Plano prioridade. Dois meses depois do discurso na ONU, durante uma reunião do Fórum em novembro, Lula assinou um decreto que instituiu o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), responsável por orientar a elaboração e implementação da Política Nacional e do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
Coube ao Fórum reunir os subsídios para rascunhar a primeira proposta. “Lembro que a única grande divergência foi em relação ao uso de energia nuclear: se seria, ou não, um instrumento de mitigação das emissões. Uma parte dos físicos dizia que sim, os ambientalistas diziam que não”. “Bem, aí o grupo executivo resolve”, disse Pinguelli. O documento apresentou as duas alternativas.
Em junho de 2008, o Forum entregou ao governo uma minuta, que reunia mais de 100 propostas de ações de mitigação (como fomentar fontes mais limpas de energia); adaptação (priorizar a recuperação da Mata Atlântica, por exemplo) e pesquisa (racionalizar a produção da indústria); e de criação de instrumentos (como fundos de participação em empresas especializadas em projetos de redução de emissões).
“Tenho clareza de que nosso documento, digamos, é intelectual. Ele tem uma certa coerência, os pontos são muitos concretos. Mas a minha pergunta agora é: quais desses [itens] serão considerados?”, perguntava Pinguelli, em reportagem da Folha de S. Paulo, em julho.
Em setembro de 2008, segundo outra matéria, o documento, que já era chamado de Plano, ainda estava longe de estar pronto. “O texto, ao qual a Folha teve acesso, tem 149 páginas e não põe metas numéricas de corte de gases-estufa nos vários setores da economia, nem identifica os potenciais totais de redução em cada setor – como faz o plano do México, por exemplo. Em sua maior parte, apenas lista os programas já existentes e que podem levar a cortes”, resumiu reportagem da Folha de S. Paulo. Na matéria, Pinguelli sugeria que fosse refeito: “Não existe ainda um plano. Há matéria-prima boa para um plano, mas como dar a redação final é o problema”. Em dezembro, o Plano Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) foi aprovado.
Compromissos voluntários
Em 2009, o mundo se preparava para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009, a COP-15, que seria realizada em dezembro, em Copenhague. Pinguelli defendia uma posição proativa do Brasil na cúpula, onde seriam debatidas metas para os países signatários do Protocolo de Quioto. Pelo protocolo, o Brasil não estava obrigado a se comprometer com a redução de gases. Mas Pinguelli defendia que Lula apresentasse metas voluntárias de redução de gases do efeito estufa na conferência.
“Foi um susto para o mundo. O Brasil estava apanhando muito internacionalmente. Pinguelli se sentou com Lula e propôs: ‘Está na hora de levarmos compromissos voluntários’. Lula escutou e escutou e quando desceu para a reunião [do Fórum] já veio decidido”. A decisão contrariava a posição do Ministério das Relações Exteriores, como Pinguelli explicou em artigo para O Globo: “Considero um equívoco contrapor a posição do Itamaraty de defesa dos interesses do desenvolvimento nacional às posições ambientalistas preocupadas com as mudanças do clima. Há perfeita margem de compatibilidade entre estas visões sem negar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. (…) As classes de maior renda de todos os países devem participar do esforço mundial para evitar emissões excessivas. Isso não significa negar à grande maioria da população, ainda pobre, o direito de aumentar seu padrão de vida, pois seu consumo de energia per capita é muito baixo.”
Em Copenhagen, o presidente anunciou que o Brasil se comprometeria a reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% e as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%. Foi aplaudido de pé pela Assembleia. As metas foram incluídas na Lei nº 12.187 que sancionou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), sancionada em 29 de dezembro de 2009.
O trabalho do Fórum em relação ao Plano continuou com a elaboração dos planos setoriais, realizados em parceria com ministérios, órgãos governamentais e entidades setoriais. A partir de julho de 2012, o FBMC e o Grupo Executivo do Comitê Interministerial sobre Mudança Climática (CIM) promoveram eventos de consulta pública para os Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação em Mudança do Clima da Indústria, Mineração, Saúde e Transportes.
O Fórum organizou reuniões com representantes dos setores de Energia, Agricultura, Mineração, Transporte e outros. Governos estaduais criaram fóruns estaduais, que realizaram encontros locais. Para ampliar e qualificar o debate, o Fórum organizou um programa nacional de capacitação em mudança climática, realizado com apoio da Petrobras. “Na medida do possível, fizemos reuniões no país inteiro. Não tinha forma mais democrática. Foram anos de muito trabalho”, avalia Neilton.
Outras frentes
Pinguelli também se engajou no debate sobre mudanças no Código Florestal, em 2011. Para evitar que mudanças que afrouxavam o controle do desmatamento fossem aprovadas, Pinguelli participou de um acirrado debate com o deputado Aldo Rebelo, autor das mudanças, e promoveu reuniões no Senado para evitar a aprovação do substitutivo.
Em junho de 2013, o Fórum promoveu o evento “Diálogos setoriais: contribuições das organizações do setor produtivo à atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)”, para receber as contribuições do setor financeiro e das organizações representadas no Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), para possível incorporação a uma atualização do PNMC, que deverá ser concluído no segundo semestre de 2013.
Em abril de 2014, teve início o projeto IES-Brasil (Implicações Econômicas e Sociais), que teve o objetivo de formular cenários sobre emissão de gases de efeito estufa no Brasil para os períodos 2020-2030 e 2030-2050, além de identificar políticas de mitigação dessas emissões. Os resultados foram apresentados à ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, em setembro, em Brasília. Segundo o estudo, coordenado por Pinguelli e pelo professor Emilio La Rovere, da Coppe/UFRJ, a adoção de medidas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) poderia contribuir para a economia do país e gerar até R$ 609 bilhões* a mais de PIB do que o projetado para o período de 2015 até 2030.
A gestão de Pinguelli à frente do Fórum terminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Em 12 de maio, dia em que o Senado decidiu pela abertura do processo e afastou Dilma Rousseff do cargo, Pinguelli enviou uma carta a Michel Temer, que assumira a presidência, comunicando que não continuaria no FBMC. “Reputo de injusto o afastamento da Presidente da República pelo Congresso Nacional com a conivência do Supremo Tribunal Federal, pois não se provou qualquer crime de responsabilidade como estabelece a Constituição”.
As classes de maior renda de todos os países devem participar do esforço mundial para evitar emissões excessivas. Isso não significa negar à grande maioria da população, ainda pobre, o direito de aumentar seu padrão de vida, pois seu consumo de energia per capita é muito baixo. “
Pinguelli
MATERIAL RELACIONADO
DOCUMENTOS
- Proposta do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas para o Plano de Ação Nacional de Enfrentamento das Mudanças Climáticas (Cetesb/SP)
- Íntegra do discurso de Lula na ONU (G1/Globo, 25/9/2007)
- Decreto 6.263 – Plano Nacional Sobre Mudança do Clima (Terra Brasilis, 21/11/2007)
- Discurso de Lula na COP-15 (Instituto Lula, 23/08/2009)
- Lei 12.187, institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) (Planalto.gov, 29/12/2009)
- Mudança climática e adaptação no Brasil: uma análise crítica (SciELO Brasil, 7/12/2011)
- Estudo do FBMC mostra que economia crescerá mais se emissões de gases forem reduzidas (Coppe/UFRJ)
- Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento dos Planos Setoriais na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (Biblioteca da Presidência, 5/6/2013)
- Carta ao presidente Temer renunciando ao cargo de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (12/5/2016)
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ARTIGOS
- Fórum abre caminho para uma Política de Mudanças Climáticas (Marina Silva, Revista Eco 21, 12/2004)
- O caminho do pós-Bali ao pós-Kioto (Pinguelli, O Globo, 4/1/2008)
- O Brasil e a Reunião de Copenhague sobre o Clima (Pinguelli, Coppe/UFRJ, 7/10/2009)
- Da Dinamarca ao México (Folha de São Paulo, 2 jan 2010)
- A farsa de Cancún (O Globo, 20 dez 2010)
- A Mudança Climática e a Rio+20 (Planeta Coppe, 23 dez 2011)
- Mudança climática e adaptação no Brasil: uma análise crítica, por Martin Obermaier e Luiz Pinguelli Rosa (Ecodebate, 19/8/2013)
- O retrocesso da Petrobras (Pinguelli, Projeto Colabora, 14/11/2016)
- Advertência ao presidente eleito (Pinguelli, Planeta Coppe, 30/12/2018)
- Uma nova advertência a Bolsonaro sobre Amazônia, ciência e militares (Pinguelli, Planeta Coppe, 17/9/2019)
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MATÉRIAS E REPORTAGENS
- Pinguelli Rosa critica descaso de Bolsonaro com a questão climática (Vermelho, 30/12/2018)
- O aquecimento da Terra e as florestas brasileiras (Planeta Coppe, 1/11/2000)
- Cientistas brasileiros entregam documento a FHC criticando proposta dos países ricos de hipotecar a floresta amazônica (Planeta Coppe, 9/11/2000)
- Marina recebe secretário do Fórum de Mudanças Climáticas (Gov.br, 19/10/2004)
- Lula reinstala Fórum de Mudanças Climáticas (Estadão, 1/12/2004)
- Presidente Lula reuniu Fórum de Mudanças Climáticas (Gov.br, 1/12/2004)
- Greenpeace mostra a Lula a força das energias renováveis (Ambiente Brasil, 1/12/2004)
- Desmatamento da Amazônia gera mais impacto no clima do que consumo de energia, diz Pinguelli (Agência Brasil, 7/12/2004)
- Protocolo de Quioto: Pinguelli destaca participação brasileira no processo (Agência Brasil, 16/2/2005)
- Fórum de Mudanças Climáticas propõe redução do desmatamento e estudos sobre alterações do clima (Agência Brasil, 6/4/2005)
- Físico defende uso das Forças Armadas no combate às queimadas na Amazônia (Agência Brasil, 8/5/2005)
- Mais uma meta (O Eco, 12/6/2005)
- Questão de urgência (Agência Fapesp, 20 jul 2005)
- Coppe revela os vilões do efeito estufa do município de São Paulo (Planeta Coppe, 18/8/2005)
- A vez da floresta em pé (O Eco, 7/12/2005)
- Especialistas discutem dimensão ética nas mudanças climáticas (Agência Brasil, 30/8/2006)
- Ser ou não ser? (O Eco, 1 set 2006)
- Norte e Nordeste serão mais afetados por aquecimento global, diz secretário do Fórum de Mudanças Climáticas (Agência Brasil, 2/2/2007)
- Medidas urgentes (Agência Fapesp, 23/4/2007)
- Rio deve ter diques para conter o mar, dizem engenheiros (Folha de São Paulo, 24/3/2007)
- Para Pinguelli intervenção na natureza tem um preço a pagar (Vermelho, 13/5/2007)
- Futuro próximo (O Eco, 12/7/2007)
- Mitigação preventiva (Agência Fapesp, 13/7/2007)
- Na ONU, Lula falará em defesa do meio ambiente e do etanol (Estadão, 25/9/2007)
- Secretário do Fórum de Mudanças Climáticas pede aceleração de plano contra o problema (Agência Brasil, 27/10/2007)
- Para Pinguelli, combate a aquecimento não deve frear consumo na população de baixa renda (Agência Brasil, 27/10/2007)
- Engenharia climática (Agência Fapesp, 30/10/2007)
- Lula discute mudanças climáticas e lança programa para reduzir desigualdade (Agência Brasil, 21/11/2007)
- Pinguelli Rosa propõe destinar recursos da exploração petrolífera para combate a efeitos de mudanças climáticas (Agência Brasil, 21/11/2007)
- Amazônia chega ao Fórum (O Eco, 19/2/2008)
- Propostas climáticas ao governo (O Eco, 16/9/2008)
- Plano nacional para o clima será refeito (Folha de São Paulo, 23/9/2008)
- Crise ainda maior (Agência Fapesp, 28/11/2008)
- Luiz Pinguelli Rosa – Planejamento estratégico (Ideia Sustentável, 2009)
- Cientistas assinam manifesto pedindo redução de emissões de gases de efeito estufa (Agência Brasil, 17/9/2009)
- Pinguelli: Brasil leva vantagem na redução de emissões (Beefpoint, 5/4/2010)
- Pinguelli alerta Lula sobre Código Florestal (O Eco, 5/7/2010)
- Mudanças climáticas e energia (Agência Fapesp, 22/10/2010)
- Fórum promove debate acirrado com Aldo Rebelo (Planeta Coppe, 9/5/2011)
- Fórum do Clima discute Código Florestal no Senado (Planeta Coppe, 24/8/2011)
- Secretário do Fórum defende “Pré-sal verde” (Planeta Coppe, 5/4/2012)
- Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas condena alteração no Código Florestal feita pela Câmara (Academia Brasileira de Ciências, 24/4/2012)
- Adaptação às mudanças climáticas na pauta dos debates desta sexta (Planeta Coppe, 21/6/2012)
- Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas inicia consultas públicas (Agência Brasil, 6/7/2012)
- Entrevista: Pinguelli comenta o compromisso brasileiro de redução de emissões e o andamento dos planos setoriais de mudança climática (Revista ANTT, 11/2012)
- Entrevista coletiva com Carlos Nobre e Luiz Pinguelli Rosa: debates contra a pobreza (Academia Brasileira de Ciências, 2o/3/2013)
- Reunião do Fórum de Mudanças Climáticas mostra cenário positivo (Planeta Coppe, 5/6/2013)
- Confirmado o menor desmatamento da história na Amazônia (O Eco, 5/6/2013)
- Rio sedia fórum para debater mudanças climáticas (Revista DAE, 4/4/2014)
- Fórum inicia consultas públicas aos Planos Setoriais de Mitigação (Planeta Coppe, 17/4/2014)
- Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas se reúne no IVIG (Planeta Coppe, 24/4/2014)
- Especialistas debatem a Dimensão Ética nas Mudanças Climáticas (Planeta Coppe, 6/5/2014)
- COP-20: energia e agropecuária são setores-chave para Brasil reduzir emissões (Agência Brasil, 15/12/2014)
- Projeto vai traçar cenários de emissões de gases de efeito estufa (Planeta Coppe, 6/2/2015)
- Sol, chuva, frio e calor (Revista Canal, 4/2015)
- Pinguelli: Brasil cumprirá meta de redução de dióxido de carbono para 2020 (Agência Brasil, 28/4/2015)
- COP-21 e as dificuldades de um acordo num período conturbado. Entrevista especial com Luiz Pinguelli Rosa (Instituto Humanitas Unisinos, 17 set 2015)
- Problemas econômicos e políticos tiram atenção da conferência do clima (Frente Parlamentar Ambientalista, 25/8/2015)
- COP-21 e as dificuldades de um acordo num período conturbado. Entrevista especial com Luiz Pinguelli Rosa (Instituto Humanitas Unisinos, 17/9/2015)
- Pinguelli Rosa deixa Fórum de Mudanças Climáticas por discordar de impeachment (Veja, 13/5/2016)
- Pinguelli Rosa critica descaso de Bolsonaro com a questão climática (Vermelho, 30/12/2018)
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VÍDEOS