Ciência, tecnologia e sociedade

Coppetec: invenção que estimulou a pesquisa

Fundada em 1970, como um departamento dedicado a realizar projetos para empresas governamentais e privadas, a Coppetec foi mais uma invenção do criador da Coppe, o engenheiro Alberto Luiz Galvão Coimbra. “Aquele potencial todo, 200 professores em tempo integral, muitos deles com experiência de prática industrial (…) muitos deles com bastante experiência aqui e no estrangeiro. (…) Nós achávamos que eles podiam fazer mais para o Brasil, que é um país carente de técnicos, pessoal de nível. Nós achamos que a Coppetec, usando essencialmente (…) o corpo técnico da Coppe, inclusive estudantes, poderia prestar serviços a empresas”, contou Coimbra, numa entrevista ao projeto História da Ciência no Brasil, coordenado por Simon Schwartzmann para o CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. 

Através destes projetos, a Coppetec captava recursos para a Coppe e garantia aos especialistas da Universidade salários competitivos, evitando a sua evasão para empresas privadas. Ao mesmo tempo, a instituição também estabelecia uma regulação dos serviços dos pesquisadores para clientes externos.  Era um modelo inédito no sistema universitário público da época, que abriu caminho para a criação de muitas outras instituições similares.

“O principal mérito entrevisto na criação da Coppetec foi o de disciplinar estas atividades, centralizando-as e fixando um teto salarial máximo para os pesquisadores da instituição que participavam destes projetos de consultoria. (…) Atribuindo-se aos coordenadores de programa a decisão acerca das disponibilidades efetivas de tempo de um pesquisador para participar de um determinado projeto, evitou-se que a médio ou longo prazo os pesquisadores da instituição transformassem o trabalho de consultoria em sua principal fonte de rendas (…) em detrimento das funções de docência e pesquisa acadêmica. Ao mesmo tempo, na medida em que a Coppetec significava a institucionalização do sistema de consultoria, foi possível que esta – canalizada e controlada – se somasse de forma considerada produtiva às demais atividades desenvolvidas pela instituição”, analisam Schwartzman, Márcia Bandeira de Melo Nunes, Nadja Vólia X. Souza, em artigo.

Na sua autobiografia, Pinguelli discorre sobre como a disciplina era realmente praticada: “Os professores da Coppe eram e são proibidos de fazer projetos individualmente. Os projetos têm de ser contratados através da Coppetec, que cobra um overhead para a instituição. (…) O professor não pode receber dinheiro por contatos. Quem recebe é a Coppetec, que o remunera por uma folha de pagamento, de acordo com regras estabelecidas coletivamente pelos colegiados. É uma regra de ferro. Quem a desobedece deve sair da Coppe, como aconteceu em pelo menos dois casos”. 

No livro, Pinguelli também escreveu sobre como os fundos advindos da Coppetec eram fundamentais para a Coppe. “Dada a escassez dos recursos públicos, o crescimento dos recursos dos projetos tornou-se essencial para a instituição”, escreveu Pinguelli, no seu livro. Segundo ele, de 25% a 30% do orçamento da Coppe advinha dos projetos para a estatais e iniciativa privada.  “Ele via a Coppetec como um instrumento decisivo para a Coppe”, lembra Fernando Peregrino, que faz parte da diretoria da fundação. “Ele sentia como poucos o que representava o peso da burocracia contra a pesquisa”, continua Peregrino. 

Desde 1993, a Coppetec deixou de ser um departamento da Coppe para tornar-se uma Fundação. Ao longo de mais de 50 anos de atividade, a instituição já realizou mais de 13.400 projetos. 

Dada a escassez dos recursos públicos, o crescimento dos recursos dos projetos tornou-se essencial para a instituição”

Pinguelli

Coppetec: invenção que estimulou a pesquisa

Fundada em 1970, como um departamento dedicado a realizar projetos para empresas governamentais e privadas, a Coppetec foi mais uma invenção do criador da Coppe, o engenheiro Alberto Luiz Galvão Coimbra. “Aquele potencial todo, 200 professores em tempo integral, muitos deles com experiência de prática industrial (…) muitos deles com bastante experiência aqui e no estrangeiro. (…) Nós achávamos que eles podiam fazer mais para o Brasil, que é um país carente de técnicos, pessoal de nível. Nós achamos que a Coppetec, usando essencialmente (…) o corpo técnico da Coppe, inclusive estudantes, poderia prestar serviços a empresas”, contou Coimbra, numa entrevista ao projeto História da Ciência no Brasil, coordenado por Simon Schwartzmann para o CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. 

Através destes projetos, a Coppetec captava recursos para a Coppe e garantia aos especialistas da Universidade salários competitivos, evitando a sua evasão para empresas privadas. Ao mesmo tempo, a instituição também estabelecia uma regulação dos serviços dos pesquisadores para clientes externos.  Era um modelo inédito no sistema universitário público da época, que abriu caminho para a criação de muitas outras instituições similares.

“O principal mérito entrevisto na criação da Coppetec foi o de disciplinar estas atividades, centralizando-as e fixando um teto salarial máximo para os pesquisadores da instituição que participavam destes projetos de consultoria. (…) Atribuindo-se aos coordenadores de programa a decisão acerca das disponibilidades efetivas de tempo de um pesquisador para participar de um determinado projeto, evitou-se que a médio ou longo prazo os pesquisadores da instituição transformassem o trabalho de consultoria em sua principal fonte de rendas (…) em detrimento das funções de docência e pesquisa acadêmica. Ao mesmo tempo, na medida em que a Coppetec significava a institucionalização do sistema de consultoria, foi possível que esta – canalizada e controlada – se somasse de forma considerada produtiva às demais atividades desenvolvidas pela instituição”, analisam Schwartzman, Márcia Bandeira de Melo Nunes, Nadja Vólia X. Souza, em artigo.

Na sua autobiografia, Pinguelli discorre sobre como a disciplina era realmente praticada: “Os professores da Coppe eram e são proibidos de fazer projetos individualmente. Os projetos têm de ser contratados através da Coppetec, que cobra um overhead para a instituição. (…) O professor não pode receber dinheiro por contatos. Quem recebe é a Coppetec, que o remunera por uma folha de pagamento, de acordo com regras estabelecidas coletivamente pelos colegiados. É uma regra de ferro. Quem a desobedece deve sair da Coppe, como aconteceu em pelo menos dois casos”. 

No livro, Pinguelli também escreveu sobre como os fundos advindos da Coppetec eram fundamentais para a Coppe. “Dada a escassez dos recursos públicos, o crescimento dos recursos dos projetos tornou-se essencial para a instituição”, escreveu Pinguelli, no seu livro. Segundo ele, de 25% a 30% do orçamento da Coppe advinha dos projetos para a estatais e iniciativa privada.  “Ele via a Coppetec como um instrumento decisivo para a Coppe”, lembra Fernando Peregrino, que faz parte da diretoria da fundação. “Ele sentia como poucos o que representava o peso da burocracia contra a pesquisa”, continua Peregrino. 

Desde 1993, a Coppetec deixou de ser um departamento da Coppe para tornar-se uma Fundação. Ao longo de mais de 50 anos de atividade, a instituição já realizou mais de 13.400 projetos. 

Dada a escassez dos recursos públicos, o crescimento dos recursos dos projetos tornou-se essencial para a instituição”

Pinguelli

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