A palestra de Domenico De Masi na Coppe/UFRJ
Domenico De Masi já era um nome bastante conhecido dos brasileiros quando uma aluna de Pinguelli contou-lhe que sua irmã trabalhava na editora do escritor italiano e que ele viria ao país para lançar seu livro A Emoção e a Regra e dar consultorias. “Seria uma boa oportunidade de ter uma palestra dele na universidade”, sugeriu ela. Rápido como sempre, Pinguelli respondeu: “Já está convidado”.
A Universidade fez um convite formal e Domenico De Masi aceitou. Não era a primeira vez que o sociólogo, professor da Universidade de La Sapienza, em Roma, vinha ao Brasil. Em janeiro, ele já viera ao país e sua entrevista ao programa Roda Viva, na qual dizia que o trabalho como conhecemos, normatizado na era industrial, está fadado a desaparecer, e que o futuro na sociedade pós industrial aponta para um certo “ócio criativo”, causara grande repercussão.
Em maio de 1999, mais de 200 pessoas se reuniram para assistir a palestra do autor que, na época, já discutia a chamada “era do conhecimento”. Intitulada “Gestão empresarial, trabalho e criatividade”, a conferência foi transcrita no site Planeta Coppe e pode ser lida na íntegra.
Na conversa, Domenico abordou o desenvolvimento da tecnologia, desde a Mesopotâmia, onde se estabeleceram as primeiras cidades. “Nestas cidades foi descoberta a astronomia, a matemática, a economia, a moda e a astrologia”, continuou De Masi. Atravessando séculos, De Masi chega ao Taylorismo da Revolução industrial e até a sociedade pós indústrial.
“Eu acho que nós, mais ainda os jovens aqui presentes, teremos a possibilidade de modificar de forma revolucionária a organização empresarial. Não se trata de pequenos retoques, não se trata de pequenas alterações, é necessária uma revolução global. Hoje é necessária uma revolução do mesmo porte para levar a organização empresarial da fase industrial para a fase pós-industrial. É preciso modificar o senso do tempo eliminando horários, eliminando o espaço, introduzindo o teletrabalho e substituindo principalmente o controle pela motivação”, disse ele.
Nas perguntas que se seguiram, De Mais falou sobre globalização, desigualdade e criatividade. “O modelo comunista demonstrou saber distribuir a riqueza mas foi incapaz de produzi-la. O modelo capitalista está demonstrando que consegue produzir riqueza, mas não consegue distribui-la. Então é preciso criar um terceiro modelo. Eu acho que o terceiro modelo só pode nascer nos países emergentes, graças às mulheres. Só espero que, nós, homens, todos nós, possamos colaborar para a criação deste terceiro modelo e que este seja capaz, tanto de produzir as riquezas quanto de distribuí-las”, encerrou.
A Universidade não é pura academia, pura ciência. É um lugar crítico, onde se pensa sobre o que acontece “
Pinguelli
A palestra de Domenico De Masi na Coppe/UFRJ
Domenico De Masi já era um nome bastante conhecido dos brasileiros quando uma aluna de Pinguelli contou-lhe que sua irmã trabalhava na editora do escritor italiano e que ele viria ao país para lançar seu livro A Emoção e a Regra e dar consultorias. “Seria uma boa oportunidade de ter uma palestra dele na universidade”, sugeriu ela. Rápido como sempre, Pinguelli respondeu: “Já está convidado”.
A Universidade fez um convite formal e Domenico De Masi aceitou. Não era a primeira vez que o sociólogo, professor da Universidade de La Sapienza, em Roma, vinha ao Brasil. Em janeiro, ele já viera ao país e sua entrevista ao programa Roda Viva, na qual dizia que o trabalho como conhecemos, normatizado na era industrial, está fadado a desaparecer, e que o futuro na sociedade pós industrial aponta para um certo “ócio criativo”, causara grande repercussão.
Em maio de 1999, mais de 200 pessoas se reuniram para assistir a palestra do autor que, na época, já discutia a chamada “era do conhecimento”. Intitulada “Gestão empresarial, trabalho e criatividade”, a conferência foi transcrita no site Planeta Coppe e pode ser lida na íntegra.
Na conversa, Domenico abordou o desenvolvimento da tecnologia, desde a Mesopotâmia, onde se estabeleceram as primeiras cidades. “Nestas cidades foi descoberta a astronomia, a matemática, a economia, a moda e a astrologia”, continuou De Masi. Atravessando séculos, De Masi chega ao Taylorismo da Revolução industrial e até a sociedade pós indústrial.
“Eu acho que nós, mais ainda os jovens aqui presentes, teremos a possibilidade de modificar de forma revolucionária a organização empresarial. Não se trata de pequenos retoques, não se trata de pequenas alterações, é necessária uma revolução global. Hoje é necessária uma revolução do mesmo porte para levar a organização empresarial da fase industrial para a fase pós-industrial. É preciso modificar o senso do tempo eliminando horários, eliminando o espaço, introduzindo o teletrabalho e substituindo principalmente o controle pela motivação”, disse ele.
Nas perguntas que se seguiram, De Mais falou sobre globalização, desigualdade e criatividade. “O modelo comunista demonstrou saber distribuir a riqueza mas foi incapaz de produzi-la. O modelo capitalista está demonstrando que consegue produzir riqueza, mas não consegue distribui-la. Então é preciso criar um terceiro modelo. Eu acho que o terceiro modelo só pode nascer nos países emergentes, graças às mulheres. Só espero que, nós, homens, todos nós, possamos colaborar para a criação deste terceiro modelo e que este seja capaz, tanto de produzir as riquezas quanto de distribuí-las”, encerrou.
A Universidade não é pura academia, pura ciência. É um lugar crítico, onde se pensa sobre o que acontece “
Pinguelli
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- Jornada menor ajudará a combater o desemprego (O Globo, 29/5/1999)
- Domenico De Masi na Coppe (Planeta Coppe, 16/6/1990)
- Domenico De Masi semeia “ócio criativo” (Folha de São Paulo, 25/10/1999)
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