Emoção e alegria no lançamento de autobiografia de Pinguelli
Emoção e alegria tomaram conta da livraria Argumento, nesta segunda-feira, 13 de junho. Colegas, amigos, familiares, ex-alunos compareceram para homenagear o mestre Luiz Pinguelli Rosa no lançamento de sua autobiografia intitulada “Memórias de Vargas a Lula: a resistência à ditadura e ao neoliberalismo”, editada pela Contraponto.
O livro foi escrito por Pinguelli com a intenção de trazer memórias políticas, colocando na balança as vitórias e derrotas da esquerda no país. “Como predominam derrotas – escreveu o autor – pensei em chamá-lo ‘Memórias de um derrotado’. Mudei de ideia não para esconder o sentimento de derrota, mas porque mantenho a esperança”.
Pinguelli foi descrito por seu filho Luiz Fernando, a quem coube apresentar a obra, como um homem “inteligente, culto, progressista, patriota, corajoso, ‘muito corajoso’, que lutava pelo que julgava certo, a despeito das consequências, e que não se deixou intimidar nem pela ditadura militar. “Em tempos que homens minúsculos são mitificados e levados ao poder, foi um dos grandes. Nosso pai, com muito orgulho”, escreveram, com admiração, seus filhos Luiz Fernando, Luís Eduardo e Leonardo.
Nas palavras de Luiz Fernando, Pinguelli era um “cara simples, reservado e espirituoso”. “Um professor de Física cujas aulas atraíam alunos inscritos em outras turmas. Um diretor da Coppe que recebia alunos em sua sala sem horário marcado minutos antes de receber um ministro”.
De acordo com o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, Pinguelli trouxe ao longo das 500 páginas de sua biografia a visão de alguém que queria o desenvolvimento nacional, queria um país mais justo. “Enquanto professor e diretor da Coppe, sempre buscou aproximar a academia e a sociedade. Depois do Coimbra foi a pessoa que mais ampliou a dimensão da Coppe, e também como alguém que influenciou a vida e o cotidiano de todos nós. Todos que tivemos a oportunidade de conviver com o Pinguelli, aprendemos muito a olhar os problemas buscando soluções amplas. Seu olhar nunca foi restrito e sempre teve em foco o desenvolvimento nacional e o interesse da sociedade”.
O diretor-executivo da Fundação Coppetec, Fernando Peregrino, descreveu o professor Pinguelli, seu amigo de longa data, como alegre, afável e empático. “Ele me marcou muito e me marcou por um valor que, para mim, está acima de muitas coisas que foram desprezadas ao longo do tempo: a lealdade. Pinguelli não deixava soldado para trás. Ele me lembrou outro cara que considero muito, Leonel de Moura Brizola, o qual dizia que devemos buscar aquele que caiu e trazê-lo para a linha de frente. Nacionalista, desenvolvimentista, em defesa da universidade, da pesquisa, do conhecimento. Pinguelli foi leal, ele se colocava à frente das balas para que estas não atingissem quem trabalhava com ele”, destacou Peregrino.
O irmão de Pinguelli, Sergio Rosa, preferiu destacar o lado humano de Pinguelli como o componente principal da biografia. “Nesse livro de memórias, meu irmão canta músicas de Vinícius, Cartola, Gil, Noel Rosa e muito mais. De Aldir Blanc e Guinga, Pinguelli foi buscar. Na infância e adolescência, moramos no Engenho de Dentro, perto do nosso vizinho João Nogueira que escreveu, parece, para o Pinguelli: o nome a obra imortaliza. Esse livro de memórias retrata parte da obra imortalizada, talvez um subtítulo possível fosse ‘Uma obra de um alfaiate feita sob medida’”.
“O nosso autor tem o livro lançado no repulsivo momento da entrega da política energética simbolizada da Eletrobras para o tal mercado. Pinguelli se disse um derrotado, mas, no início do livro, ele nos traz Saramago: o que as vitórias têm de mau é que não são definitivas, o que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas. Lutemos!”, invoca Sérgio Rosa.
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Fonte: Planeta Coppe Notíicias
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