Criação do Programa de Planejamento Energético (PPE)
O Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ teve origem na Área Interdisciplinar de Energia, criada em 1979 por iniciativa de Pinguelli Rosa. Pesquisadores de Engenharia de Produção, Engenharia Nuclear e de Sistemas passaram a atuar como um núcleo abrigado no Programa de Engenharia Nuclear.
Só bem mais tarde, em 1992, a proposta de conectar pesquisadores com atuação em diferentes especialidades se tornaria um programa, numa votação do Conselho Deliberativo da Coppe que teve acalorada participação de Pinguelli.
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Na sua autobiografia, o cientista lembra que a ideia desagradava alguns dos seus colegas da Coppe e recorda a sua intervenção. “Parecia estar tudo em ordem, mas à última hora se configurava uma derrota na votação. (…) Peguei o carro e corri para o Fundão. Cheguei a tempo de intervir no conselho, do qual tinha direito de participar como ex-diretor. Comecei argumentando com o maior cuidado, mas acabei, em face da discussão que se instaurou, chutando o tabuleiro, a tal ponto que o presidente interrompeu a reunião. Foi a nossa sorte, pois forçou uma solução negociada, da qual resultou a aprovação do novo programa dias depois.”
“Notando que energia é um assunto transversal a diversas disciplinas e envolve questões ambientais, em uma iniciativa de vanguarda, Pinguelli criou o primeiro mestrado interdisciplinar em planejamento energético do país”, contou o professor Mauricio Tolmasquim, do PPE, na aula inaugural do programa, em 2022. Algum tempo depois, Unicamp, USP e Unifei seguiram o mesmo caminho, criando programas interdisciplinares em energia.
Com foco no ensino e na pesquisa relacionados às áreas de Planejamento Energético e Planejamento Ambiental, o PPE agrega engenheiros de diferentes especialidades (civil, elétrica, química, metalurgia, mecânica, produção, nuclear, transportes etc.), economistas, biólogos, químicos, geógrafos, geólogos, arquitetos, matemáticos e físicos. Uma de suas características é a integração com o mercado e o governo: órgãos governamentais, secretarias de Estado, empresas e agências de regulação costumam buscar quadros no programa.
Desde a sua criação, o PPE participou da discussão dos grandes temas nacionais relacionados à energia, do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, durante o governo Geisel, à discussão do modelo do setor elétrico.
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Em 2000, como diretor da Coppe, Pinguelli Rosa enviou ao Ministro das Minas e Energia uma carta alertando que o modelo proposto para as privatizações do setor elétrico poderia redundar em uma profunda crise. Pinguelli e os professores do PPE advertiam que a falta de investimento e o uso indevido das reservas hídricas levaria o país ao racionamento, o que de fato aconteceu em 2001, no período conhecido como “apagão”.
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Sempre me opus à pretensa neutralidade acadêmica, ainda mais nas questões de energia, com grandes interesses em jogo”
Pinguelli , extraído do livro Memórias – De Vargas a Lula
Criação do Programa de Planejamento Energético (PPE)
O Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ teve origem na Área Interdisciplinar de Energia, criada em 1979 por iniciativa de Pinguelli Rosa. Pesquisadores de Engenharia de Produção, Engenharia Nuclear e de Sistemas passaram a atuar como um núcleo abrigado no Programa de Engenharia Nuclear.
Só bem mais tarde, em 1992, a proposta de conectar pesquisadores com atuação em diferentes especialidades se tornaria um programa, numa votação do Conselho Deliberativo da Coppe que teve acalorada participação de Pinguelli. Na sua autobiografia, o cientista lembra que a ideia desagradava alguns dos seus colegas da Coppe e recorda a sua intervenção. “Parecia estar tudo em ordem, mas à última hora se configurava uma derrota na votação. (…) Peguei o carro e corri para o Fundão. Cheguei a tempo de intervir no conselho, do qual tinha direito de participar como ex-diretor. Comecei argumentando com o maior cuidado, mas acabei, em face da discussão que se instaurou, chutando o tabuleiro, a tal ponto que o presidente interrompeu a reunião. Foi a nossa sorte, pois forçou uma solução negociada, da qual resultou a aprovação do novo programa dias depois.”
“Notando que energia é um assunto transversal a diversas disciplinas e envolve questões ambientais, em uma iniciativa de vanguarda, Pinguelli criou o primeiro mestrado interdisciplinar em planejamento energético do país”, contou o professor Mauricio Tolmasquim, do PPE, na aula inaugural do programa, em 2022. Algum tempo depois, Unicamp, USP e Unifei seguiram o mesmo caminho, criando programas interdisciplinares em energia.
Com foco no ensino e na pesquisa relacionados às áreas de Planejamento Energético e Planejamento Ambiental, o PPE agrega engenheiros de diferentes especialidades (civil, elétrica, química, metalurgia, mecânica, produção, nuclear, transportes etc.), economistas, biólogos, químicos, geógrafos, geólogos, arquitetos, matemáticos e físicos. Uma de suas características é a integração com o mercado e o governo: órgãos governamentais, secretarias de Estado, empresas e agências de regulação costumam buscar quadros no programa.
Desde a sua criação, o PPE participou da discussão dos grandes temas nacionais relacionados à energia, do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, durante o governo Geisel, à discussão do modelo do setor elétrico. Em 2000, como diretor da Coppe, Pinguelli Rosa enviou ao Ministro das Minas e Energia uma carta alertando que o modelo proposto para as privatizações do setor elétrico poderia redundar em uma profunda crise. Pinguelli e os professores do PPE advertiam que a falta de investimento e o uso indevido das reservas hídricas levaria o país ao racionamento, o que de fato aconteceu em 2001, no período conhecido como “apagão”.
Sempre me opus à pretensa neutralidade acadêmica, ainda mais nas questões de energia, com grandes interesses em jogo”
Pinguelli , extraído do livro Memórias – De Vargas a Lula
MATERIAL RELACIONADO
DOCUMENTO
- PPE 30 Anos (Programa de Planejamento Energético – Coppe/UFRJ, 2010)
- PPE/Coppe – Apresentação
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ARTIGOS DE PINGUELLI
- Energia racional (Tema em discussão: Reativação do Proálcool, O Globo, 29/6/1997)
- O petróleo é vosso, mas quem sois? (O Globo, 28/1/1998)
- Erros do Governo Lula (O Globo, 8/10/2004)
- Eficiência e racionalização versus racionamento (Planeta Coppe, 30/1/2008)
- Minha passagem pela Área Interdisciplinar de Energia e pelo PPE (Revista PPE 30 Anos, 2010)
- A polêmica sobre Belo Monte (O Globo, 21/4/2010)
- Clima, burocracia e políticas são causas da crise elétrica (Folha de São Paulo, 5/6/2014)
- O retrocesso da Petrobras (Projeto Colabora, 14/11/2016)
- O Retrocesso na Energia com o Plano de Ação Brasil – EUA (O Globo, 12/2/2020)
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MATÉRIAS E REPORTAGENS
- Pinguelli: país corre sério risco (O Globo, 5/12/1979)
- Especialista alertam para déficit de energia (O Globo, 15/12/2000)
- Esperando o apagão (Jornal Hoje, 10/5/2001)
- Parente assume ‘ministério do apagão’ (Folha de São Paulo, 11/5/2001)
- Medo de apagão faz brasileiro desligar a luz e indústria gastar mais (Folha de São Paulo, 27/5/2001)
- Culpado do “apagão” tem um nome: Pedro Malan, diz professor à CI (Agência Senado, 22/5/2001)
- Pinguelli alerta para apagão (Energia Hoje, 1/11/2005)
- Apagão de memória (Rede Brasil Atual, 9/12/2010)
- Para Pinguelli, apagões resultam da falha de manutenção (A Tarde, 26/10/2012)
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VÍDEOS